Os olhos que assistem constroem a realidade tanto quanto as mãos que trabalham. Onde um olhar enxerga luz um outro vê danação!
A cidade tem diversos ritmos, divididos pelas horas, pelas tribos, pela geografia dos bairros. Inesperadamente a cidade do interior invade a cordilheira das construções modernas com suas fachadas cinza cimento e das velhas casas centenárias, muitas vezes apenas fachadas ocas.
O sol deixou o chão ainda quente das ruas do Catete, sete horas ou mais se passaram e o ar continua quente embora a manhã já esteja próxima. A cada esquina uma decrépita kombi com a pintura marcada e rachada. A lateral aberta serve de balcão para a venda de cerveja e sanduíches, cadeirinhas e um toldo fecham o cenário que se enche de colorido ao som samba-pagode-canção brega que flui animado do pequeno som portátil.
Imagens que se misturam a tantos interiores deste Brasil, a Paranaguá, aos confins de Recife e de Natal onde estes mesmos olhos já estiveram vendo o povo tão parecido deste enorme país!