O carnaval passa em frente ao bistrô onde me mantenho à parte da alegria coletiva de fantasias, famílias, amigos, casais, jovens, não tão jovens, idosos, vendedores ambulantes. Esse não é o meu tipo de alegria, mas somente quem tem o coração enegrecido não se alegra com a alegria dos outros!
Meu cunhando, uma mente especial que permaneceu pouco além da primeira infância, adora! Principalmente as fantasias, mas também as marchinhas, mas passou a não gostar muito das muvucas e preferiu ficar lá para dentro do bistrô (Racaffé, porque uma das sócias se chama Rachel – recomendo) vendo a banda passar enquanto eu tirava a foto e fazia um vídeo.
Sentados na mesa ao nosso lado três jovens, dois homens, uma mulher. Ela com uma saia piscante de leds, a princesa led, de acordo com um dos amigos, mas ela corrige: “É a princesa do Mário!”
Veja só se pode! Nesses tempos de empoderamento feminino “a princesa do Mário”! Brinquei com eles, que riram, busquei no Google porque também não lembrava: Toadstool (muito difícil falar depois de 10 cervejas), Peach ou princesa Cogumelo.
Fiquei sabendo que vieram do nordeste, esqueci o estado e cidade, que os namorados e namoradas não vieram pular o carnaval com eles.
Achei belo que amigos possam viajar com outros amigos, de vários gêneros e orientações para se divertir. Acho que o amor e posse não combinam, que a vida pode ser vivida com leveza; uma leveza que vi ali enquanto na frente do bistrô passava uma família de mãos dadas com a filha que não tinha mais de 8 anos.
A Banda de Ipanema. Era esse o bloco. Claro que tem outros que são menos familiares, que há todo tipo de espaço de convivência em todo lugar, não só nos blocos de carnaval… Já entrei em igrejas evangélicas alagadas por espírito maligno… Bem… Infelizmente as religiões tem tenebrosos espaços de perversão sexual, vendo o mal em cada sorriso, em cada fantasia inocente, mas não vamos poluir este post!
Tenho aqui comigo os sorrisos dos três jovens, a alegria sorridente do meu cunhado, a vibração contagiante das pessoas logo ali depois e antes da grade presente apenas para dar a ordem mínima ao santo caos carnavalesco!