Talvez tenha coisas que pertencem a uma época assim como alguns prazeres pertencem a uma idade. Búlica é um exemplo. Um dia tive prazer de jogar bolinhas de gude umas contra as outras. A propósito talvez a búlica tenha ficado não apenas para outra idade como igualmente esquecida em outro século. Já pipa não! Todo fim de semana ainda vejo uma constelação de pipas ligadas ao morro por suas linhas de cerol tão esticadas que parecem querer levar o morro voando dali para um tempo mais cego e mais alegre.

E tem a Colombo.

Nossa! A Colombo era uma coisa quando eu era criança, tinha jeito de modernidade e luxo, hoje a matriz no centro é igualzinha, mas lembra coisa velha como os restaurantes russos da era da perestroika ou aquelas paradas nas estradas.

Ontem a gente foi conhecer a filial de Copacabana que fica dentro do forte. Puxa, que decepção…

Um salão pequeno de paredes sem graça, salgadinhos meio insossos, sorvete Kibon com pouca castanha. O waffle era bom, mas as geleias muito doces nos faziam sentir como se estivéssemos em uma confeitaria qualquer.

Talvez sentando do lado de fora seja mais agradável por causa da vista, entretanto eu levaria uma quentinha!

Dá um certo dó testemunhar o peso dos anos nas velhas tradições, mas ao mesmo tempo acho que não faz mais sentido buscar em palácios luxuosos por alguma satisfação ou êxtase. Vai ver na era do conhecimento os palácios sejam de ideias e mídias, mas essa é uma outra história.

Ah! Já ia me esquecendo. Não entendi por que temos que pagar dois Reais para entrar no forte de Copacabana. É pouco, eu sei, mas não entendo como se justifica a cobrança.