O amigo vai embora, um daqueles três que estão sempre colados na gente, mas tem hora que surge um emprego, uma oportunidade de estudo, um novo amor em outra cidade ou outro país e lá vai o amigo levando nossas lágrimas de alegria porque ele está seguindo a jornada dele e quem ama quer ver a outra pessoa vivendo intensamente os destinos que vão soprando nossos rumos.
A amizade, é claro, fica, aliás, mais do que isso, amizades desse tipo são mesmo eternas.
Lembro da amiga urbana que agora mergulha no ventre da Terra entrando em comunhão através da sabedoria dos povos originais do Brasil. Lembro das que estão lá para o norte das américas se reinventando, se transformando e receio um pouco porque a distância dói sim!
Me lembro também de um filme que vi uma vez. De um cientista que cria clones dele mesmo que depois se espalham pelo mundo e vão ficando cada vez mais diferentes dele porque vivem outras histórias.
Agora tem mais uma amizade sendo soprada pelos ventos do destino para longe e fico feliz, aliás, fico exultante por ela porque vejo que são os melhores ventos! Que será maravilhoso para ela, então será maravilhoso para mim também!
Ah! Mas já tenho saudades!
E esses são os momentos que nos sentimos um pouco mal com nós mesmas, que nos deparamos com um certo egoísmo que nos faz pensar “em quem vamos colar agora?”.
Claro que não é assim para todo mundo, que esse é o momento para falar uma coisa sobre as minhas amizades que… bem… Não sei se todo mundo é assim.
Tenho muitos amigos, claro, pessoas que amo e que me amam de volta, mas tem três pessoas que são irmãs de alma, com quem tenho uma intimidade e cumplicidade que muita gente chama de casamento.
Casamento é um desses conceitos que sofreu muito com o século passado, como o amor. Tanto um quanto o outro deveriam ser um tipo de simbiose e, em tempos inseguros como esse, um tipo de campo de força onde o mal do mundo pode ser mantido à distância.
Enfim, isso tudo vai ficar muito vago porque não gosto de tornar público aqui todos os detalhes e nunca as identidades das pessoas, que quem me conhece já sabe bem quem são.
Enfim, as encruzilhadas sempre vem! Na maioria das vezes, aliás, fui eu que segui um caminho que me distanciava dos amigos, e isso não é um desastre!
Quando encontro cada uma das pessoas com quem fui casado e hoje seguem suas histórias à distância nos amamos igual! Quando suas histórias são estranhas para mim ou as minhas para elas, isso não importa… Assim como não é importante quando a gente tem uma visão muito diferente sobre um tema.
A grande verdade no final é que estou com saudades antecipadas, que sei que será difícil nos vermos através de telas, mas eu sou quase todo felicidade com a nova jornada que será trilhada! O mundo anda bem difícil e precisamos nos entregar profundamente ao amor quando é amor de verdade, amor como esperamos que será no século XXII!