Imagem: Jade Beall

Sempre que escuto críticas a quem vive online penso em como tantas pessoas mergulham em uma realidade física virtual onde os corpos são plásticos, as ruas não tem solo, as luzes escondem a realidade da noite.O natural está sempre lá e se impõe inexorável quando é o nosso próprio corpo.

Hipnotizados por uma estética virtual falhamos em reconhecer as memórias da nossa pele e as confundimos com doença procurando apagá-las a todo custo.

Perdemos a memória, o registro do que fomos e como chegamos aqui e ficamos com a alma e o corpo subnutridos, belos e até longevos, mas para que longevidade e beleza se não há espírito? Se somos uma imagem virtual de um quadro escondido na galeria de Dorian Gray?

Inverte-se a ficção e nossa beleza real é trancafiada em quartos escuros enquanto seguimos pelas ruas sentindo o vazio em nossos corpos e almas…

Ok, exagero um pouco, nem todos rejeitamos tanto a realidade, nem todos sofremos tanto ao viver longe da nossa essência, mas será que estamos conscientes do quanto do nosso vazio vem daí?

Inspirado pelo post O Corpo Real no Pós Parto.