O papel dos políticos mudou.

Nem todo político sabe disso, na verdade poucos parecem saber.

Surpreendentemente (ou talvez nem tanto) muitos cidadãos também não notaram.

Mas o papel dos políticos mudou.

É necessário falar nisso antes de falar em quem votar pois não se trata de alguém, se trata de votar em ideias não em pessoas.

Houve um tempo em que o político (pelo menos supostamente) estava mais preparado para representar a coletividade do que a própria coletividade impossibilitada de se fazer ouvir.

E essa é a primeira grande mudança.

A comunicação horizontal permitiu que a sociedade desenvolvesse ideias bem claras e maturas de governo:

  • Transparência política e corporativa
  • Democracia direta
  • Responsabilidade social
  • Cultura como agente de segurança pública
  • Humanismo
  • Ver as diferenças não como algo a tolerar, mas como riqueza a admirar

 É claro que essas ideias não são unânimes, mas essas são as vozes que se destacam na algaravia dos terabytes de diálogos que traçam linhas de luz ao redor do planeta em todas as línguas. Basta observar com atenção e livre de preconceitos. Mas isso é assunto para outro post em outro blog.

Uma última observação óbvia, mas necessária:

É claro que não posso dizer em quem você votará, o que pretendo fazer é deixar claros os motivos que me levam a achar que um determinado candidato é a opção ideal para todos nós: ricos, pobres, cultos, incultos, empresários, funcionários, homens, mulheres…

Leia o subtítulo desse blog: a arte é o ar que a consciência respira.

  • Meu voto, antes de mais nada, vai sempre para a arte e para a cultura muito além do mero ensino formal das escolas.
  • Voto na recuperação de espaços culturais fora do eixo turístico da cidade levando arte e cultura para os jovens entre 16 e 24 anos que hoje são exterminados intensificando a tensão social e ódio entre cidadãos
  • Voto pelo fim as Organizações Sociais (OS) privadas para onde converge dinheiro público da saúde e o perdemos de vista
  • Voto a favor das UPAs, mas contra sua restrição ao corredor hoteleiro, turístico e de estádios
  • A paz armada não é paz, é guerra, portanto voto na mudança da política pública de segurança somente pela força policial a favor de uma que observe o ensino, a cultura e a inclusão de cada região na cadeia criativa
  • Finalmente, voto em uma máquina política que não se alie a milícias ou mesmo a grupos de trocas de interesses

Até ontem não via nenhum candidato alinhado a essas ideias.

Via de um lado um candidato aliado a tudo e a todos, inclusive setores religiosos fundamentalistas. De outro um tipo de estrutura feudal onde os pais passam as terras aos filhos e, a propósito, também se aliam a setores religiosos que vem destruindo o cristianismo (ao meu ver).

Ontem tive a oportunidade de ouvir o Marcelo Freixo conversando com jovens e fiquei convencido de que ele realmente acredita nos ideais da democracia direta, da cultura como instrumento de desenvolvimento e tem planos consistentes para colocar em prática as medidas necessárias.

É claro que ele nada contra a corrente política e só terá êxito se a sociedade que grita por uma política melhor se levantar do sofá como estou me levantando agora. Ser eleito será apenas um passo, muito embora provavelmente seja um passo histórico do ponto de vista da capacidade de mobilização da sociedade, mas teremos que continuar mobilizados caso ele seja eleito para que ele tenha força de nos representar. 

Por último devo dizer que o jogo político que funcionou até hoje foi aquele que apela para os nossos preconceitos e medos para nos levar a votar contra o que adiamos e não a favor de nós mesmos. Acabamos elegendo pessoas que nos desprezam tanto quando àqueles que achamos que são nossos inimigos, mas são apenas alvo do nosso preconceito.