Meus pais não me batizaram para que eu pudesse escolher a minha religião.

Aos 6 anos conheci uma freira franciscana e me apaixonei pelo Cristianismo.

Aos 11 anos me batizei e me deram aulas sobre essa que seria a minha religião… Me decepcionei profundamente e fui ler a Bíblia o que só aumentou a decepção.

Passados 33 anos fui me afastando de todas as religiões a ponto de me autodeclarar ateu (o que não é 100% preciso) apesar de achar que as religiões ainda são importantes para ajudar muitas pessoas.

Por outro nos últimos dois anos me convenci que o fundamentalismo religioso parece ter se organizado para destruir definitivamente tanto a ciência quando as religiões: Em vez de procurar modernizá-las e reavivá-las as diminuem tentando impor seus textos antigos como verdades absolutas.

Somente a arrogância sem limites pode crer que algum humano atingiu alguma verdade absoluta importante.

Hoje estou dividido entre a necessidade de salvar o Cristianismo e a defesa da razão.

Não que eu tenha alguma importância nesse quadro, sou apenas uma voz perdida na multidão, mas cada um de nós deve decidir que voz assumirá.

Foi por isso que decidi ler a Bíblia mais uma vez, para tentar renovar minha visão dela e reconstruir meus argumentos.

Estou impressionado como há incoerências que eu não havia percebido como Abraão mentindo para os egípcios que sua esposa era sua irmã para obter favores em troca do sexo com ela. E mal comecei a lê-la e nem estou me preocupando em tentar encontrar verdades científicas nela.

Existe um grande problema para a sobrevivência do Cristianismo na insistência em tomar a Bíblia como texto absoluto e inquestionável.

Essa é uma situação crítica que pode provocar muito mais do que os discursos violentos que vemos contra a razão, muito mais do que o assédio a nossas crianças para afastá-las do questionamento e da lógica.

Esse post é uma reflexão incompleta. Senti que precisava compartilhar minhas dúvidas. Espero ter um post mais útil para escrever em alguns meses :-)