Ao ver no Arteplex Unibanco o cartaz da versão nacional de Let The Right One Inme lembrei que não comentei esse filme ainda e pelo jeito finalmente ele vai entrar em cartaz no Rio.

Pode ler o restante do post pois sempre me esforço para não dizer nada que diminua seu prazer de assistir o filme (ou ler o livro).

Algumas obras não deviam ser classificadas como terror, romance, ação ou drama: elas se constroem com tanta delicadeza que deviam ser chamadas apenas de obra ou, mais propriamente, arte.

Não me entenda mal, Deixa Ela Entrar é um filme de terror e se você abomina o estilo não vá ver.

Acontece que ele vai muito além disso, aliás, uma tristeza esse título. Uma tradução mais literal como “Deixe a pessoa certa entrar”, apesar de feia, seria muito melhor.

A história se desenvolve justamente sobre a delicada e tênue fronteira entre quem é ou não confiável. O que constrói uma relação de confiança? O que nos separa ou aproxima do monstro, do selvagem e do humano.

Já faz quase um ano que assisti esse filme em um DVD área 1 (em Inglês) e apesar das barreiras da língua ele me deixou marcas tão claras que me emociono enquanto escrevo.

Bem, tenho que admitir que a minha leitura do filme não é a única. Eu achei belo e poético, outros podem facilmente achá-lo perverso e até ultrajante.

Essa multiplicidade de significados é outra característica das obras de arte e o diretor Tomas Alfredson teve o meticuloso cuidado de não limitar os personagens a um caráter definido apesar de criá-los com uma profundidade e riqueza incomuns no cinema moderno.

Isso tudo sem falar que as atuações das crianças são de cair o queixo.

Resumindo, é um filme para assistir com carinho e carregar na memória pois será útil em vários momentos da sua vida.

Você pode encontrá-lo em Inglês nas locadoras ou comprar na Amazon.

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