Estava lendo sobre a primeira vez no Sexto Sexo e…

Eles chegam entre beijos apaixonados ao andar onde ela mora, as luzes se apagam antes deles entrarem e seus corpos se encaixam entre duas paredes entregando-se aos beijos sem fôlego. O desejo dos 18, 19 anos.

Mãos hesitantes procuram as fendas nas roupas para sentir o calor da pele do outro e uma leve tonteira toma conta dos dois apaixonados.

Entram em casa apesar de já não fazer muito sentido dentro ou fora pois o mundo parece estranhamente maleável, como se as paredes não fossem sólidas, mas imagens de um sonho onde tudo acontece rápido demais apesar de andar em câmera lenta.

Olham-se sem ar entre os beijos, tocam-se sem foco entre gemidos que escapam ao medo de dar uma impressão errada, experimentam carícias timidamente, antecipam o próximo passo com o coração descompassado e aquela sensação de peito vazio.

Meio sem querer, meio cheios de querer, mas sem palavras, vão se livrando estabanadamente das roupas que se enrolam nas pernas, na cabeça e nos pés antes de sumirem em algum lugar no chão.

Ela não sabe se deve tocar, ele acha que não deve pedir, não dizem nada, apenas se misturam em uma nuvem de perfumes, calores e umidade.

O corpo nu dela também é um território estranho e desfocado ou ele está zonzo. Sem olhar demais com medo dela pensar que ele é um adolescente deslumbrado com o sexo (é justamente o que ele é) deita-se desajeitadamente sobre ela, sem saber como encontrar o caminho entre o calor úmido passa a tatear até que ela o ajuda com suas mãos delicadas e tão inexperientes quanto as dele.

“Ai! Não acredito! Bom! Vou desmaiar! Tô flutuando?” os pensamentos se misturam tão rapidamente entre a coreografia em câmera lenta dos corpos que não dá tempo de ter dúvidas ou medos, tudo se perde entre a suspensão do oxigênio entre um suspiro e um gemido de lábios mordidos, do calor que os invade conforme encontram o caminho e se perdem dos sentidos e do mundo como se houvesse apenas seus corpos suspensos no infinito negro do Universo vazio.