Aproveitando que a visitante Laura me criticou por ver a verdade na ficção… Bem, eu nunca falei isso, né? Digo sim que a linguagem metafórica da fantasia (e não da ficção) é o melhor instrumento para retratar as coisas mais importantes e que vão além dos fatos nus e crus. Algo assim.

Em todo o caso – já que levei o selo de ignorante e que eu gosto mesmo é de falar das coisas que podem atingir a todos e não apenas o restrito grupo de leitores capazes de ler Shakespeare – decidi falar de um filme da linha “Quem Somos Nós” e “O Segredo”. 

É esse aqui: Somos todos um.

Notou que as capas de todos esses filmes são parecidas? E o pior é que cada um tem pouco ou nada a ver com os outros…

Esse contém as respostas de um monte de religiosos e espiritualistas sobre coisas como “o sentido da vida” ou “quem é Deus”.

O problema dessa leva de livros, digo, de filmes de auto-ajuda é a sua abordagem superficial, mas pense bem… Nós não vivemos imersos em uma cultura superficial? Quantas pessoas estão a fim de ler Goethe?

“Somos Todos Um” é feito por amadores e dá para notar isso. Há partes dramatizadas que são enfadonhas, mas eles foram felizes nas perguntas e nos entrevistados que conseguiram atrair.

Fiquei com uma certa impressão de que existe uma inspiração anti-cristã e anti-ateista o que já é interessante pois em geral as coisas estão de um lado ou de outro. Pensando melhor o tom é anti-fundamentalista.

Na pior das hipóteses o filme vale para ver certas diferenças e semelhanças entre rabinos, padres, sufistas, espiritualistas e, um dos pontos fortes, pessoas na rua sem nada de especial, mas com opiniões ricas e instigantes.

Seria melhor um tratado filosófico cheio de referências e discussões filológicas? Para mim seria, mas creio que esse, melhor do que os outros dois filmes que citei no começo, pode fazer um serviço positivo a favor da trasnformação das nossas fronteiras culturais em pontes humanas.