Advertência: cometi um monte de erros científicos nesse post.

… papo vai… papo vem…

Lá estamos na praça de alimentação do shopping, hoje mesmo, um sábado. Apesar do tempo chuvoso a maioria das mesas ainda estão vazias deixando-nos à vontade para falar de tudo um pouco.

“Não sei… talvez essas coisas que a gente sente como deuses e espíritos sejam na verdade algo que faz parte do nosso universo, mas não as vemos bem porque são de outra dimensão”

Foi um insight daquele momento, não havia pensado nisso antes, mas o mais engraçado, e que já vi muitas vezes, é o olhar surpreso da outra pessoa quando falo em dimensões.

É que os meus amigos sabem que eu lia sobre as teorias de Einstein aos 11 anos, que não sou desses que fala de superstições e que dou um enorme valor para a física formal.

O problema é que, por mais incrível que possa parecer, pouca gente sabe que a nossa ciência considera que vivemos em um universo com mais de três dimensões… Para ser mais exato, um universo com 10 ou 11 – ainda há controvérsias.

Ah! Quando chego a esse ponto, de citar que há 7 ou 8 dimensões além do comprimento, altura e largura já não me olham com surpresa, mas com puro e genuíno espanto!

Decidi explicar aqui a quarta e a quinta dimensões que são bem descomplicadas e já estão em vários filmes, livros e seriados de TV que muita gente assistiu sem saber que estava vendo personagens que caminham pela quarta ou pela quinta dimensão.

É bem útil pensar primeiro num mundo de duas dimensões como Flatland (que vc pode ler online em inglês ou comprar em DVD: Flatland the Film). Imagine um mundo de seres que vivem sobre uma folha de papel sem conseguir ver que existe para cima e para baixo, ou seja, eles não conseguem ver você.

Seres bidimensionais não enxergam altura, só comprimento e largura. Seres tridimensionais, como você e eu, não enxergam o tempo.

Enxergar o tempo é como se a gente pudesse olhar para uma cena “do alto” vendo não apenas o que está acontecendo a cada momento, mas tudo que já aconteceu e virá a acontecer. É um tipo de onisciência.

Viagem no tempo, todas essas histórias de viagem no tempo envolvem “caminhar” pela quarta dimensão. Simples não é?

Talvez um dos melhores exemplos de viagem no tempo esteja em O Pagamento (baseado em um livro de Philip K. Dick).

Não achei para vender em Português, mas está nas locadoras.

Uma forma de tentar imaginar a quarta dimensão é fazendo de conta que as três dimensões que a gente conhece foram reduzidas a uma linha no papel e que nós somos seres quadridimensionais capazes de correr os olhos por aquela linha olhando o seu começo e o seu fim. Podemos olhar para os seres tridimensionais em qualquer ponto da sua trajetória em nossa dimensão.
O caso da quinta dimensão é um pouquinho mais complexo…

Em primeiro lugar não tem absolutamente nada a ver com o famoso seriado da década de 60.

Imagine que você volte no tempo e mude algo que você sabe que aconteceu de outra forma. Digamos que você pinte de rosa a bicicleta do seu irmão mais velho por exemplo.

Ora, você mudou o passado então aquela linha que antes ia do seu nascimento até sua velhice se parte em duas e passa a ter uma bifurcação. Em uma linha de tempo você não pintou a bicicleta do seu irmão, na outra você fez isso e portanto tem uma cicatriz na testa porque, enfurecido, ele jogou a lata de tinta na sua cabeça.

Agora estamos andando pela quinta dimensão. Estamos olhando para diversas histórias paralelas, na verdade infinitas histórias paralelas.

É importante afirmar que essa é uma forma grosseira de ver a física moderna, muito embora gente considerada séria como o Michio Kaku a considere viável como ele mostra no livro Mundos Paralelos.

Entre os filmes que exploram a quinta dimensão creio que um dos melhores e mais recentes onde o protagonista navega tanto pela quarta quanto pela quinta dimensão é o instigante Efeito Borboleta.

Se estiver esgotado no Submarino procure na sua locadora ou na Amazon: The Butterfly Effect (Infinifilm Edition).

Mais bobinho do que este, apesar de eu ter asorado e acompanhado quando passou na TV é a série Sliders.

Nessa série eles “deslizam” mantendo-se exatamente no mesmo ponto na quarta dimensão, mas transitam por infinitas realidades paralelas. Ah! Uma curiosidade que não tem muito a ver com dimensões, o barbudão lá no meio é o mesmo ator que fez o anão Gimli em Senhor dos Anéis…

Espero ter colaborado um pouco para ajudar o leitor deste post a compreender um pouco melhor o conceito de universo com múltiplas dimensões apesar de haver outras visões menos divertidas onde as dimensões além da quarta estão emboladas em uma coisa chamada Calabi-Yau.

O importante disso tudo, ao meu ver, é que temos um vasto universo a descobrir ainda e é um desperdício nos fecharmos para essas possibilidades fantásticas seja em nome da fé, seja em nome da razão. Creio que hoje, mais do que nunca, vale o princípio de Sócrates: Tudo que sei é que nada sei.

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