Para quem não prestou muita atenção, não viu, não leu ou esqueceu, Bilbo é o tio de Frodo, portador do Um Anel na trilogia Senhor dos Anéis. E para os que não sabem tudo começou graças a ele, Bilbo, no livro O Hobbit.

Acontece que, depois de vários boatos, parece confirmado que filmarão esse primeiro livro que abriu espaço para a trilogia. Um amigo, escritor de livros infantis, me perguntou o que eu achava e resolvi compartilhar a resposta com todos aqui:

Hehehe!

Ao perguntar sobre livros de Tolkien a um fã conquistado aos 11 anos deve-se esperar tudo, menos imparcialidade! Mas vou tentar! ;)

O Hobbit por um lado tem um ritmo mais rápido do que a trilogia onde a narrativa várias vezes descamba sem qualquer remorso para o estilo descritivo medieval (natural em um escritor especializado na literatura até o século XIV).

É o mesmo ambiente, a mesma mitologia, dá para sentir os vastos cenários (principalmente quem já leu a trilogia), mas a narrativa é bem mais infantil. Não chega a ser um Harry Potter, mas é voltado a um público mais para o pré-adolescente.

Tentei resistir, mas tenho que fazer uma micro-sinopse!

O que há de melhor na obra de Tolkien é a consistência dos seus personagens e os seus paralelos com nossas jornadas de amadurecimento. Em O Hobbit não é diferente.

Hobbits são sujeitos pacatos que não se metem em aventuras e jamais tiram os olhos do seu quintal indo no máximo até as fronteiras do Condado. Bilbo, o protagonista desse livro, é considerado pacato mesmo entre os Hobbits.

Assim, quando visitantes inesperados batem à sua porta em pequenos grupos ou sozinhos o modo de vida do ainda jovem Bilbo é profundamente perturbado, mas aquilo é só o começo pois, quase sem notar, ele se vê envolvido em uma longa jornada em busca de tesouros e glórias que nada tem a ver com suas ambições que se resumem a voltar para o seu querido condado.

É interessante observar as transformações no protagonista e pensar em como ela se parece com o nosso próprio trajeto da infância para a vida adulta ou até no amadurecimento da nossa democracia. Exagero? Talvez, mas certas obras tem essa qualidade simbólica de se encaixar metaforicamente em várias etapas ou níveis da nossa experiência.

Resumindo. É uma ótima leitura para adolescentes ou pré-adolescentes e pode ser interessante para um adulto disposto a entrar no clima, principalmente se for um escritor de obras infanto-juvenis! ;-)

Ah! E o filme! É claro que já espero ansiosamente por ele há muito tempo! ;)

Abraços!