Pressa…

Pressa…

Pressa…

Dos ruídos da cidade, do silêncio do quarto à noite ou no meio do vazio que se apossa da mente ao mergulhar no trânsito entre o trabalho e a casa. Quase um sussurro “pressa” sibila nos ouvidos. Tão baixo que não é escutada, apenas sentida.

Há palavras que perdem todo o sentido quando soltas e sem contexto. Pressa…

Quando os bits transportam a vida instantaneamente ao redor da Terra toda transformação que consome mais de um ciclo de respiração parece lenta. A utopia da sociedade perfeita é para agora ou jamais. O fim do capitalismo, o triunfo da alma humana, tudo antes que o som do estalar dos dedos se perca entre o bufar dos ônibus.

Em todas as épocas tivemos nossos sonhadores e moldadores do progresso, hoje, apesar da maioria negar sua sedução pelo pensamento consumista, muitos constroem um mundo de fantasia onde a revolução será amanhã e o nirvana não está mais longe do que uma noite bem dormida.

Construir é um processo lento, deve ser um processo lento, precisa ser um processo lento! De outro jeito não passa de ilusão.