Das vias iluminadas e aquecidas pelos escapamentos dos ônibus que cruzam as grandes avenidas de Copacabana escapam estreitas ruas esquecidas pelas multidões. Calçadas cobertas pelas sobras das árvores sob as lâmpadas dos postes altos.

Conforme os passos seguem em direção à penumbra os ruídos da vida noturna se perdem em algum lugar lá atrás. Então uma esquina como tantas outras, perdida no mapa da memória que se esforça por traçar o caminho pelo emaranhado de ruelas.

De um lado uma ladeira, do outro um corredor de sombrias copas de árvores. Os olhos buscam os céus em busca – instintiva – da segurança e orientação divinas e centenas de luzes se estendem acima dos edifícios, um céu estrelado de casas modestas cravadas na carne negra do morro do Pavão; o traçado de um sorriso de luzes pontilhadas; sorriso irônico que expõe a ilusão das ruas plácidas sob seus olhos anônimos atrás de pequenas janelas iluminadas.

Esse post é de um ideia original Alessandra D’Onófrio