A vida e a arte se entrelaçam como espirais de fumaça, confundindo-se, criando novas cores, formas e reflexos.

Esse terrível hábito, essa maldição, de olhar obsessivamente para os dias através das lentes da rotina é a única barreira que nos impede de ver a dança cósmica da vida e da arte, da realidade e do sonho.

Esta barreira é efêmera como a poeira em suspensão no ar: um facho de luz revela suas partáculas desordenadas e um leve movimento é capaz de dissolvê-la totalmente.

Um palco escuro, negro como a mente vazia de pensamentos, um vasto divã vermelho sob o calor de um holofote que o faz rubro como um quasar na vastidão do Cosmos iluminando os corpos das bailarinas que orbitam reproduzindo a riqueza de interações humanas em movimentos que falam sem palavras.