Deixei esse comentário em resposta a um post da Coelha sobre o A Inconvenient Truth:

Flávio, o problema é que a cada dia menos publicações sérias sustentam essa afirmação de que o nosso consumo de combustível fóssil não é responsável pelo aquecimento global.

É bom mantermos em mente que um dos grandes problemas modernos é que nossa melhor defesa, a mídia, se tornou vulnerável ao depender do financiamento dos anunciantes. A Shell ou a ExxonMobil são anunciantes dessas revistas?

Seja como for a Science acaba de publicar um artigo intitulado (em traduçã minha) “Está ficando mais quente aqui e a culpa é sua onde ela procura manter um fio de dúvida, mas já não pode se esquivar dos resultados do IPCC.

Já a Nature publicou um artigo sobre o relatório do IPCC destacando que em 2001 considerava-se 66% de possibilidade de ser nossa a responsabilidade pelo aquecimento global e agora subiu para 90%.

É de grande interesse de algumas das mais poderosas corporações do mundo que o aquecimento global não seja considerado reflexo das nossas atividades pois se for assim não precisamos fazer nada. Por outro lado se somos os responsáveis a única ação lógica é praticamente destruir a fonte de renda destas corporações.

Nós já criamos um mundo que dará um bocado de trabalho aos nossos filhos e netos e provavelmente nos renderá um final de vida tenso (e com algum remorso talvez) e continuar encalhados na negação não nos ajudará em nada.

Creio que o mais importante no seu comentário é a chance de refletir a respeito da confiabilidade da mídia moderna. Até que ponto podemos confiar nela a partir do momento que pode ser comprada?

Em quem confiar? Na Nature ou na Science? Ou devemos dar ouvidos aos mais de 600 especialistas de 40 países que elaboraram o IPCC?