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Capturo momentos dessa parede há sete anos.

Sobre ela fluem imagens na superfície de um tema recorrente, uma mulher de face plácida, hora com os olhos fechados, hora nos fitando com profundidade, obra das mesmas mãos e dos mesmos sonhos (uma artista que já vi trabalhando, mas preferi manter anônima para mim e não puxei conversa).

Quantos sonhos se mesclam nessa superfície? Quantas histórias, medos, memórias? Quais são as outras mãos e devaneios que reinterpretam e transformam a obra original?

Sob tudo isso vejo sempre o semblante da mulher que nos remete a Moebius, mas podia ser outro arcabouço.

Gosto dela como está hoje, coberta de intervenções e rasgada exibindo o negro infinito repleto de possibilidades.