Imagem: Material promocional do filme

Assisti Star Wars, o Despertar da Força no dia 18 às 17h50.

Já falei sobre a minha relação com a saga Star Wars em outro post.

Foi

Muito

Mais

Do

Que

Eu

Esperava!!!!!

Vai ter spoiler, ok? Então, se não viu o filme ainda para aqui!

Parou? Tá. Vou continuar.

Bem, se você quer uma análise séria, um estudo antropológico sobre o que essa nova trilogia pode vir a ser dá um pulo no meu blog sobre cibercultura para ler sobre O Despertar da Força e a jornada do herói no século XXI (tem um vídeo também).

Aqui vou falar só da minha experiência com o filme que é também uma experiência com amigos.

O momento mais forte para mim foi depois que o filme acabou e uma amiga querida me olhou nos olhos e disse com a voz embargada “sabe quanto tempo esperei para ver uma Jedi humana?”

A vida toda ela esperou. Essa amiga tem 36 anos. Quase chorei com ela.

Mas antes deixa eu contar como foi desde o começo, não do filme, da ida ao filme.

Já falei (no post linkado lá no começo) que demorei a ficar com vontade de ver o episódio VII e comprei os ingressos só uma semana antes e apenas para mim e para a minha esposa.

Sempre fazemos essas coisas em grupo, mas como todo mundo já tinha comprado… Paciência, né?

Aí um amigo disse que ainda não tinha visto e perguntou qual era a nossa sessão. Depois veio a amiga que já tinha assistido, mas precisava ver de novo e ainda apareceu outro amigo com o filho e a namorada (do amigo, não do filho) que é uma amiga também

Ficou meio confuso esse parágrafo, não é? Foi assim: eu e minha esposa, aí veio um amigo, depois a amiga que esperou a vida para ver uma Jedi humana, mais um amigo com a namorada e o filho. Éramos seis portanto. Espalhados pelo cinema porque compramos com dias de diferença.

Enfim, nada disso é lá muito interessante, só comentei porque para mim foi importante sim! Uma das coisas legais em Star Wars é a tribo. Tem vários filmes que prefiro assistir sozinho até.

Ver o reinício de uma saga que marcou nossas vidas na companhia de amigos é diferente.

Com eu já disse, estávamos espalhados. Então eu e minha esposa vimos sozinhos. Durante os primeiros 10 ou 15 minutos eu sorria como quem vê bichos fofos. Era difícil acreditar no que eu estava vendo. Tinha alguma coisa mágica acontecendo que eu me sentia como se estivesse assistindo o primeiro filme! Aí o Han Solo disse para o Finn e a Rey que era tudo verdade, que a Força existia… e eu chorei pela primeira vez de muitas durante o filme… Aliás lágrimas tímidas ameaçam escorrer de novo agora.

Esticamos depois do filme por horas em um restaurante e, vendo os sinais das lágrimas que correram, a amiga (namorada do amigo) me perguntou o que me emocionou tanto.

Na hora eu não soube explicar, agora sei.

O filme é legal. Nota oito talvez. Bom roteiro, boa direção, personagens apresentados com calma, ótimas atuações, um pouco corrido em alguns momentos, principalmente no estabelecimento de laços afetivos entre os personagens, mas nada sério. Enfim. Um bom filme.

Uma obra pode ser nota dez e não nos emocionar, não deixar uma marca duradoura. Isso vem de outro lugar.

O Despertar da Força é uma jornada do herói exatamente como foi Star Wars IV. Faz sentido inclusive em uma saga tão inspirada em princípios budistas, afinal o tempo é cíclico, mas a cada ciclo algumas coisas mudam.

É o que muda de Luke para Rey que emociona.

Eu não vou dar tanto spoiler assim, tá certo? Vá lá ver o filme e observar as diferenças.

Se bem que… Tenho visto tanta, mas tanta gente dizer que é igual que talvez seja melhor dar umas dicas.

Então vai ter mais spoiler sim!

No episódio IV bastava existir o Luke para salvar a galáxia. No fim das contas ele faz tudo praticamente sozinho. Já agora temos um grupo de heróis. Cada um, Finn, Rey e Poe fazem algo importante para cumprir a missão.

Luke era um adolescente padrão do século passado, meio mimado, meio egoísta (eu sei que todo mundo acha que o adolescente moderno é pior, mas isso não é verdade) enquanto a Rey é muito mais madura e, principalmente, tem mais empatia.

No final das contas as coisas que acontecem, tipo começar num deserto, um poder tirano com uma arma de destruição em massa etc são muito parecidas com as que acontecem no primeiro episódio da trilogia clássica, mas a história é MUITO diferente.

Outro ponto é que a Rey é uma Ronin, uma samurai, digo, uma Jedi sem mestre. O Han Solo não faz o papel de Obi-Wan como alguns dizem. E veja se a gente não vive em uma era em que temos que descobrir sozinhos o caminho da civilização porque o que temos à frente é novo e desconhecido? Somos todos Reys descobrindo nossos poderes com a Internet e nossa capacidade de mobilização fazendo amigos meio instantâneos para nos levantarmos contra tiranias… Tá ligado? Tá ligada?

Tem outra coisa que gostei muito! A personalidade do Kylo Ren! O mal não é poderoso, controlado, atraente como na trilogia clássica! Ele parece mais um dos trolls mimados que nos enchem a paciência no colégio e nos comentários do YouTube.

Vou te dizer que não entendo alguém não gostar desse filme, mesmo que seja alguém que adorou os episódios I, II e III e não gosta da trilogia clássica (deve existir) e fico achando que talvez a história acabe mexendo com questões difíceis para essas pessoas e elas acabam procurando do que reclamar.

Claro que tem personagens que parecem muito importantes e passam voando como a Phasma e o General (era general?) Hux, mas temos mais dois filmes pela frente sem falar em todo material extra que ainda deve surgir por aí! Tenho certeza que as “falhas” de O Despertar da Força são quase todas preparações para nos encantar mais à frente!

Para concluir vou só dizer um sacrilégio: acho que, para mim (atenção, para mim, ok? PARA MIM! Hehehehe) esse foi o melhor Star Wars de todos!