Já se foram 13 contos, 52 mil palavras, mais de cem páginas de histórias inventadas de surpresa em quatro horas (ou quase) nos sábados de manhã!

Sinto que ainda estou longe da metade do projeto, afinal, somente no próximo sábado usarei a última das 14 formas de buscar inspiração que eu listei e depois vou entrar em outra fase escrevendo com mais liberdade.

Ainda não ouvi essa crítica então eu mesmo vou fazer: “Mas, cara, não é assim que acontece, a gente não escolhe uma fórmula para se inspirar!”

É a mais pura verdade!

Esse projeto tem várias regras que nào correspondem à prática da escrita. Vou falar sobre elas já que não o fiz quando escrevi o post que apresenta o projeto Um Sábado, Um Conto.

Eu sempre escrevi porque gosto, mas escrevia como quem joga futebol no final de semana com os amigos: sem compromisso e só para relaxar.

Então a Vivi Maurey me chamou para participar de uma coletânea de contos e…

… Demorei meses para escrever um conto um pouco maior que os contos do projeto Um Sábado, Um Conto!

Isso me levou a perceber duas coisas.

A primeira foi que eu notei que é totalmente diferente (e muito mais gostoso) escrever para os outros. Entre outras coisas porque a gente precisa mergulhar em nossa empatia para fazer isso e viver o mundo pelos olhos, emoções e espírito dos outros e essa é uma das coisas mais nobres que podemos fazer.

A segunda foi que notei como eu era inseguro quando não estava só brincando de escrever.

Foi assim que nasceu a ideia. Estava na hora de levar isso mais a sério, exercitar mais a imaginação e a execução.

Já fazia um tempo que eu pensava em escrever pelo menos uns dois contos por mês para me aprimorar. Aí… a Vivi (de novo ela… Acho que vou ter que colocar o seu nome em negrito, caixa alta e cada letra de uma cor nos agradecimentos dos livros que eu publicar) me contou do projeto “Minha Vida Cor de Rosa #SQN” e boom! Tive a ideia!

Todo sábado de manhã eu escreveria um conto inteiro em tipo… quatro horas.

Por que no sábado? Ora, porque nada acontece nos sábados de manhã e eu poderia passar um bom tempo escrevendo sem interrupções ;-)

Por que em quatro horas? Ora, para não ficar com dezenas de contos inacabados. Eles podem estar mal trabalhados, mas tem início, meio e fim e achei que não seria realista passar 6 horas direto escrevendo (mas acabei ficando 5h duas vezes).

Isso explica a limitação de tempo que impus aos contos, certo?

Aí… uma ideia puxa a outra e pensei que as pessoas poderiam aproveitar dos meus erros e acertos para se animarem a escrever.

Pronto, cheguei à razão das 14 formas de se inspirar!

A cada sábado eu começaria o conto explicando como busquei inspiração para ele usando cada uma das 14 técnicas.

Quando publico eu passo essa parte para o final, mas ela está lá com a descrição de como funcionam as minhas ideias enquanto me preparo para escrever o conto.

Durante o conto também deixo marcações para as pessoas saberem quanto tempo eu demorei para ter cada ideia e mais ou menos como eu fiz para desenvolvê-la (isso fica só no conto em estado bruto no Google Drive).

Em breve entrarei em outra fase em que vou descrever o processo criativo de uma forma mais realista.

Acho que fazendo isso ajudo as pessoas a encontrarem respostas para perguntas como essas:

Como uma pessoa sai da página em branco para um conto de dez páginas?

Quando a pessoa começa a escrever ela já tem tudo montado na cabeça?

Como faço nos diálogos para o leitor ou leitora saber quem está falando?

Aliás eu mesmo estou descobrindo respostas para elas ;-)

Eu nunca fiz um curso ou li livros sobre como escrever e talvez tenha uma terceira fase em que eu escreva depois de ter lido sobre isso.

Coisas que notei

A primeira coisa é que escrever deve ser bom para muita gente que nem imagina isso!

Veja bem, não precisa ser uma obra para enriquecer ou mesmo para alguém ler, é uma obra para você ter o prazer de materializar coisas que você pensa.

Isso estende nossos horizontes!

Se ler nos permite viver outras vidas, escrever é como nos transformarmos em várias vidas…

Quem acompanha o projeto sabe que eu não escolho o estilo. Quero ver como eu me saio escrevendo romances, suspenses, scifi, coisas realistas, para adultos, jovens, crianças etc.

Estou descobrindo com isso os universos da imaginação que mais me agradam, onde me sinto mais à vontade.

Percebi também que muita gente acompanha, mas quase ninguém, mas quase ninguém mesmo – são só três ou quatro pessoas – comenta. Isso me deixa super curioso! Será que odeiam? Tem vergonha de interagir? Quando descobrir eu conto!

Eu escrevo “bobo”

Tem isso… Estou achando meus contos muito levinhos. Eu tento fazer mais pesados, mas não consigo. Estou achando isso fascinante!

Não acho que isso seja uma limitação minha, como se eu não fosse capaz de escrever algo pesado, pelo contrário, até acho que faço isso muito bem.

O problema é que meu auto-policiamento não deixa.

Desconfio que tem adolescentes lendo. Tem adultos que não estão prontos para encarar um conto que retrate realisticamente algumas perversidades humanas.

É um certo cuidado com o leitor ou a leitora, entende?

Até fiz uns dois ou três contos que resvalam um pouco nesse sentido. Um pouco para ver se ia causar impacto. Não causou. Então acho que posso ir colocando um pouco mais de realismo no futuro.

Outra coisa que me segurou foi a questão limitadora de usar uma técnica criativa para cada conto.

Isso me fez ficar tão concentrado em segui-la que fiquei meio ancorado, entende?

O projeto vai virar livro?

Vai sim! Provavelmente na Amazon em publicação independente. Não sei se é o tipo de coisa que combina com uma edição tradicional.

Em algum momento vou coletar todos os contos, ou talvez metade deles, e fazer um ebook com o texto de cada conto revisado seguido da descrição do processo criativo que faço antes de começar e mais algumas observações que vou escrever ao montar e revisar o ebook.

Outro livro que pode sair disso é um com alguns dos melhores contos mais bem desenvolvidos.

Os maiores tem umas 13 páginas, mas acho que alguns podem ficar com até 30 se forem trabalhados direito. Então pode ser um livro com os 10 melhores contos, mas aí vou ter que gastar algumas horas a mais com cada um deles.

Quero muito ver ao vivo!

Muita gente sabe que pode ver o conto sendo escrito ao vivo no Google Drive, mas não pode no sábado.

Gente, juro que não acho que deve ser legal ver ao vivo… E eu deixo o arquivo bruto intocado quando acabo de escrever. Não troco uma vírgula, nem corrijo “mais” onde devia estar “mas”.

Deve ser muito chato ver ao vivo, mas, como muita gente pede…

Um dia vou gravar as quatro horas (tem uns programas como o iShowU que “filmam” a tela do computador) e vou colocar no YouTube, ok?

Mais?

Se alguém tiver perguntas, mesmo os tímidos (para isso tenho um formulário de contato) podem mandar email, deixar comentários aqui, no post do conto, no Twitter… e até no FB onde fiz uma página para o blog: Galeria de Espelhos no Facebook.