Capa de Alô Sr. Deus, aqui é Anna - em Inglês
Nenhum livro me emocionou mais…

Há muitos anos aprendi uma classificação diferente para livros, os livros Ah!

Livros Ah! são livros que nos tocam de uma forma especial, que mudam nossa vida de alguma forma. Podem nem ser literariamente tão bem escritos, mas… são livros que ficamos com pena de terminar de ler pois seus personagens parecem amigos que vamos perder se terminarmos a leitura.

Além disso nem todo livro tem um estilo específico. Quando você abre A Sociedade do Anel, A Bússola Dourada, Hamlet ou A Mão e a Luva você sabe o que tem pela frente, um drama, uma fantasia, um épico.

O mesmo não acontece com livros como Alô Sr. Deus, aqui é Anna ou então Ponte para Terabítia.

Algumas histórias são tipo vida. Um pouco de drama, um bocado de comédia, outro tanto de aventura e um bocado de romance, mas esse estilo mais “realista” vem se tornando cada vez mais raro.

Resolvi falar nisso por causa da reação que tenho visto a algumas dessas histórias.

As pessoas perguntam porque fulano ou beltrano morrem pois querem histórias onde as pessoas só morram se forem pessoas desumanizadas em um filme de ação ou de terror devidamente selado, marcado e encaixotado.

Isso ou em dramalhões que são choradeira do início ao fim, mas a maioria não está preparada para ver a história de alguém real que passa férias parecidas com as nossas, que tem amigos parecidos com os nossos, mas sofre uma grande perda sem qualquer aviso.

A primeira reação diante de uma história dessas é “não gostei! Porque ele tinha que morrer?”

Não tinha… Ninguém tem que morrer. Mas todos morrem. Muitos repentinamente e sem aviso.

Capa do livro Ponte para Terabítia
Uma história de superação e vida.

A arte, a fantasia, já foram um dia instrumentos que nos preparavam para a realidade sem que tivéssemos que vivê-la. Veja os contos de fadas por exemplo.

Nossa mente não faz muita diferença entre as coisas que imaginamos e as que lembramos. Somos capazes de ter medo ao ler um livro, somos capazes de superar refletir e vivenciar as experiências dos personagens como se fossem as nossas próprias. Principalmente quando lemos.

Este post fugiu um pouco do controle e acho que ficou meio vago.

Meu objetivo era sugerir simplesmente… Pensando bem, o objetivo dele é um tema recorrente nos meus discursos…

A arte pode ser o ópio que substitui a religião ou o frasco de Galadriel que afasta todas as sombras.

Nossa rejeição de histórias que nos deparam com a realidade é reflexo da nossa rejeição da realidade e o dramalhão ou o filme de aventura não contam pois são tão caricaturizados que atrapalham a nossa identificação com a história.

Hummm… A vontade é de apagar este post todo e escrever de novo! Tudo porque fui fazendo rodeios para não entregar o fim de um dos livros que citei aqui! ;-)

Só não vou fazer isso pq acho que alguma coisa ainda se aproveita, mas vou acabar por retornar ao assunto qq dia!